Meu Transplante Renal Preemptivo

No inverno de 2009 tive uma forte gripe e as tosses me deixaram uma dor muito intensa na região das costelas. As dores musculares ficaram insuportáveis e em Outubro de 2009 resolvi procurar um médico ortopedista. Depois de vários exames ele me alertou quanto às altas taxas de uréia e creatinina no sangue e que eu deveria procurar um nefrologista. Quanto mistério diante de mim, pois eu não tinha idéia de quem fosse o médico nefrologista. Aos 31 anos até então eu era muito saudável, trabalhava fora, cuidava da minha família, não tinha nenhuma doença, a não ser de vez em quando uma gripe. Aí começou minha luta.

Procurei então um nefrologista que me pediu exames renais específicos e constatou que eu tinha Insuficiência Renal Crônica em estágio terminal, V, e minha função renal era menor que 10%. Foi um susto, foi desestruturador. Soube que silenciosamente meus rins ficaram necrosados e eu nunca tinha sentido nada.

Comecei a fazer um tratamento conservador, com medicamentos, restrições alimentares e repouso, mas ciente de que mais cedo ou mais tarde estaria fazendo hemodiálise e que a melhor solução seria um transplante renal. Eu não me conformava com a idéia de fazer hemodiálise, principalmente pelo sofrimento que eu via os renais crônicos passar, viajando três vezes por semana, por que aqui em nossa cidade ainda não temos o serviço de diálise, bem como pelas deformidades que as fístulas faziam nos braços deles.

No inverno de 2009 tive uma forte gripe e as tosses me deixaram uma dor muito intensa na região das costelas. As dores musculares ficaram insuportáveis e em Foi quando meu médico, Dr. Humberto, mencionou que havia a possibilidade de fazer o transplante sem entrar em hemodiálise, o transplante preemptivo, visto que eu tinha um doador vivo relacionado, meu pai. Ele me encaminhou a um médico transplantador, excelente profissional em transplante, o Dr. Heleno, coordenador do SETRAN do HC de Uberlândia/MG, para avaliar a possibilidade do meu transplante.

Para minha grande alegria o Dr. Heleno foi muito otimista com o meu caso e começamos a fazer os exames do protocolo de transplante, meus e do meu pai, que aos 55 anos amorosamente foi firme na decisão e disposição de me doar um dos seus rins, desde que soube da minha doença. Aliás, minha família foi muito importante nesse momento da minha vida, agradeço muito ao meu esposo pelo cuidado amoroso, apoio e carinho, sempre esteve ao meu lado, foi fantástico. Também minha mãe que assumiu minhas responsabilidades domésticas e minhas irmãs que me ajudaram em muitos sentidos.

Mais um alegria foi saber que havia entre meu pai e eu a compatibilidade necessária para a doação e que todos nossos laudos de exames estavam ótimos. Estávamos prontos para o transplante.

No dia 05/07/2010 fui contemplada com o sucesso da realização do meu transplante, bem como me senti aliviada por ter corrido tudo bem com a nefroctomia do meu pai. Foi radiante ver minhas taxas de creatinina e uréia caírem de 8.0 para 2 e de 170 para 30 respectivamente em apenas 3 dias!

A evolução clínica foi excelente, recebi alta em apenas cinco dias e hoje comemoro a realização de um sonho, que no meu caso se realizou muito rápido graças à indicação desse tipo de transplante, o preemptivo, que me poupou da hemodiálise, me devolveu a saúde, hoje podendo me alimentar de tudo, e que está me proporcionando inúmeras perspectivas futuras.

Me sinto muito feliz e gostaria que muitas outras pessoas tivessem a chance que eu tive de conhecer e realizar o transplante preemptivo, no caso dos que tem um potencial doador vivo, encurtando a busca pela melhor qualidade de vida.

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