Michelle Luckesi

Aos 18 anos, vivia uma vida tranquila e saudável, quando, em uma terça-feira, acordei sentindo-me mal, com enjoo, dor de cabeça, pintinhas vermelhas no pé e febre. Fui em dois hospitais, durante a semana; suspeitaram de dengue, porém, sem confirmação. Os sintomas continuaram e foram se agravando. No sábado, fui em outro hospital, quando me internaram. Na segunda-feira, já estava no CTI, terça já estava na UTI; daí, então, entrei em coma. O fígado entrou em falência e já estava prejudicando os outros órgãos.

Fui transferida para um hospital que faz transplantes e entrei na lista de emergência; não resistiria a mais de 48h; esse era o prazo para o novo órgão chegar e salvar minha vida. Ainda nesse período, foi feito um exame para verificar se ainda havia atividade cerebral; caso negativo, iriam desligar os aparelhos, não haveria mais o que fazer. A atividade cerebral foi positiva.

Pois bem, como Deus é incrível, meu milagre chegou. O transplante foi feito. O órgão era maior que o suportado pelo meu abdômen, mas não dava tempo de esperar por outro, nem ao menos cortar. Devido a isso, houve complicações, parte do fígado ficou apertada e necrosou; teve que abrir e cortar essa parte. Depois, seguiram-se, ainda, algumas complicações. Depois de um mês e uma semana internada, a alta chegou.

Hoje, sigo rumo a 10 anos de transplante. Nós, transplantados, temos dias de lutas e dias de glória. Não são fáceis as internações, consultas, exames, diversos remédios, cuidados redobrados, mas nada se compara com a glória e a graça de uma nova chance de viver. Sou muito grata à vida, a Deus, à equipe do transplante e do hospital, grata a todos que são doadores de sangue e órgãos, grata à família do doador que salvou vidas.

Que a sociedade esteja cada vez mais consciente sobre esse ato de heroísmo, de salvar vidas através de gestos simples.

Contei parte da minha história aqui, e sigo compartilhando no perfil que criei no Instagram @transplanteim, onde compartilho mais da minha história, informações e dúvidas, que muitas pessoas que passam pela mesma situação como eu têm.

Agradeço o espaço e oportunidade para contar minha história, meu milagre de vida.

Meu nome é Michelle Luckesi, tenho 28 anos, sou de São Paulo.

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