Meu nome é Débora Reichert, tenho 38 anos e sou natural de Pareci Novo, Rio
Grande do Sul.
A minha história com a saúde começou cedo, ainda na adolescência. Aos 15
anos, percebi uma leve perda auditiva sem causa aparente. Na época,
ninguém imaginava que aquele pequeno sinal era o princípio de algo maior.
Mas, foi somente em 2010, uma década depois, que veio o diagnóstico:
Síndrome de Alport, uma condição genética rara que, entre outros efeitos, afeta
a audição e os rins.
Iniciava ali uma nova fase da minha vida. Com apenas 30% da função renal,
aos poucos fui perdendo energia, peso e, em muitos dias, a força para realizar
até mesmo as tarefas mais simples, como tomar banho ou me vestir.
Foi em novembro de 2014 que a esperança tomou forma concreta: recebi um
rim, doado pela minha prima Ângela. Um ato de amor que me devolveu mais
do que saúde, devolveu sonhos e muita vontade de viver.
Algum tempo depois, ouvi falar dos Jogos para Transplantados e algo
despertou em mim. Levei a ideia a um amigo educador físico e juntos
analisamos as modalidades. Ele sugeriu o triathlon.
A princípio, o desafio parecia grande demais — nadar, pedalar e correr era um
mundo totalmente novo para mim. Mas aceitei o desafio. Em pouco tempo,
comecei a treinar duas vezes por dia, mesmo sem qualquer histórico esportivo.
Com apenas 40 dias de preparação, completei meus primeiros cinco
quilômetros de corrida. Aqueles 5km foram um marco na minha vida, pois até
então era algo inalcançável.
O triathlon não foi apenas um esporte que abracei, mas a prova viva de que é
possível recomeçar e que, depois da dor, pode haver muitas conquistas.
Em 2019, tive a honra de representar o Brasil nos Jogos Mundiais para
Transplantados, realizados na Inglaterra, e voltei para casa com uma medalha
de bronze. Anos depois, na Austrália, subi ao lugar mais alto do pódio para
receber a medalha de ouro — um momento de emoção indescritível, que
marcou, não só o esforço físico, mas toda a trajetória de superação que me
trouxe até ali.
No Brasil, participei de inúmeras provas de triathlon, cada uma com sua
história, sua superação. Mas uma delas teve um significado especial: um
revezamento em uma prova de Ironman, ao lado de duas amigas que, assim
como eu, são transplantadas — Patrícia Fonseca e Priscilla Prignolatti.
Estarmos ali, juntas, completando uma prova tão desafiadora, foi um símbolo
poderoso de força coletiva, de esperança, e da vida que pulsa forte depois do
transplante.
O transplante devolveu-me muito mais do que saúde. Ele me deu uma nova
visão de mundo, me apresentou pessoas incríveis, me levou a viver
experiências que antes pareciam muito distantes. Hoje, já não pratico triathlon
como antes, mas o esporte e as viagens continuam fazendo parte da minha
vida. Eles são a lembrança constante de que a superação não tem linha de
chegada, ela segue, se transforma, se reinventa.
A doação de órgãos não apenas salva vidas, mas transforma destinos. Eu
renasci com uma doação e sigo vivendo com gratidão, alegria e coragem todos
os dias.
Temos a grata satisfação de anunciar que, a partir do mês de janeiro de 2025, todos os
nossos associados, terão, automaticamente, sua inscrição realizada na The
Transplantation Society (TTS), sem qualquer custo adicional, assim que quitar sua
anuidade.
Assim sendo, alertamos a todos que mantenham sua anuidade em dia, para que possam
desfrutar desse excelente benefício, cujas vantagens estão descritas abaixo:
Quanto aos novos associados, também terão esse direito, tão logo realizem sua inscrição
como associado da ABTO.
É um privilégio para nós, poder favorecer a quem nos privilegia.
A Diretoria
ABTO